tag:blogger.com,1999:blog-29779954503471009262024-03-15T04:50:39.433-03:00Etc & JazzImproviso sobre músicas, culturas e jornalismosMurilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.comBlogger191125tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-36318125594050709532013-07-08T22:02:00.000-03:002013-07-08T22:02:00.100-03:00ETC & jazz - Programa 66<br />
Neste programa você pode ouvir o som vanguardista do sax de Ken Vandermark e seu grupo, o som brasileiríssimo do baixista e guitarrista Thiago do Espírito Santo, o som neo-flamenco de Al di Meola, o som maduro de Cedar Walton, o som arrojado do trumpetista Charles Tolliver, som inesquecível e pungente de Sidney Bechet e o som macio e profundo do trio do pianista norueguês Tord Gustavsen. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/m32UwzhI/etc_e_jazz_66.html?">aqui</a>.<br />
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<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/3460687190/32f28876" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-14679439036823709612013-07-03T07:20:00.000-03:002013-07-03T07:29:29.282-03:00As constatações de Paulo AlmeidaO primeiro disco do baterista e compositor<a href="https://www.facebook.com/paulo.almeida.7773?fref=ts"> Paulo Almeida</a> está gravado e sendo mixado. O trabalho tem a cara da geração atual da música instrumental brasileira, fartamente marcada pelas raízes rítmicas nacionais (não se podia esperar menos de um baterista tão estudioso e ex-aluno de Cleber Almeida), com improvisos e harmonias que variam num amplo espectro de influências - de Hermeto Pascoal a Wayne Shorter, do hard-bop ao forró.<br />
<br />
O time de músicos convidados por ele para essa gravação tem na base Vinicius Dorin (Saxofones e Flauta), Beto Correa (Piano e Rhodes), Fi Maróstica (Baixo) e Diego Garbin (Trompete), contando com participações eventuais Fábio Leal (Guitarra), Jota P (Sax tenor), Vanessa Moreno (Voz) e Marcos Moraes (Violinha e Violão). O clima é de muita improvisação, com arranjos que destacam a capacidade técnica dos músicos. Dá pra ver que, com apenas 25 anos de idade, Paulo Almeida criou um trabalho autoral que promete grandes vôos, com cacife pra sustentar as suas "Constatações". Confira.<br />
<br />
<iframe width="480" height="270" src="//www.youtube.com/embed/Hx1nPda7Lgo?rel=0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
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<br />
Enquanto isso, ele cumpre uma agenda intensa de shows e workshops por todo o Brasil ao mesmo tempo em que tenta captar recursos pra pagar seu disco. Já preencheu editais de patrocínio, concursos culturais e festivais. E não fica parado esperando resultado - acaba de lançar na internet seu projeto na plataforma Catarse, um site que permite que apoiadores do mundo todo ajudem o projeto com cotas de patrocínio personalizadas, adquiridas online. <br />
<br />
Com o projeto de financiamento coletivo, que pode ser acessado <a href="http://catarse.me/pt/pauloalmeidaconstatacoes">nesse link</a>, Paulão pretende captar uma quantia necessária apenas para a finalização do trabalho, já que ele mesmo já gastou quase R$ 4 mil para as gravações. Quem ajudar com o valor mínimo (R$ 30) já garante um CD, e há cotas até para empresas que quiserem apoiar o disco.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/09167947417114365631noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-10981283593925676342013-07-01T21:56:00.000-03:002013-07-01T21:57:01.409-03:00ETC & Jazz - Programa 65O programa 65 contou com sons do pianista Jaki Byard, da cantora Laika, da dupla Lee Konitz & Martial Solal, do combo do trumpetista canadense Maynard Ferguson, do baterista de smooth/groove jazz Omar Hakim, do quinteto do baixista polonês Wojtek Mazolewsky e da cantora Jane Duboc junto com o sax barítono do legendário Gerry Mulligan. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/iveNGDLK/etc_e_jazz_65.html?">aqui</a>.<br />
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<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/3460674545/60da9257" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-86321669868232603282013-03-04T08:23:00.000-03:002013-03-04T08:23:36.018-03:00ETC & Jazz - programa 63Os programas inéditos voltaram ao ar! Este é o programa 63, o último a ser transmitido antes da longa pausa, e levou ao ar os sons de Phineas Newborn Jr, Michel Legrand Big Band, Renne Rosnes, Gato Barbieri, Tom Harrell, Jessica Willians, Wynton Kelly e do saxofonista destaque no cenário paulistano, Jota P. (tocando uma composição de seu grande disco, "Que Fase!"). Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/dqMDJncM/etc_jazz_63.html">aqui</a>.<br />
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<embed allowfullscreen="true" height="250" nbsp="" p="" src="http://www.4shared.com/embed/3411266784/18a69823" width="420"></embed>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-40170185303475774952013-03-02T11:31:00.001-03:002013-03-02T11:31:41.859-03:00Voltando!Depois de um período sabático, o ETC & Jazz volta, no rádio e na internet. Os programas inéditos estão sendo transmitidos novamente às terças-feiras, 22 horas, pela rádio <a href="http://www.radio.ufscar.br/etcejazz/">UFSCar 95,3 FM</a> (São Carlos). Vamos trabalhando novamente, falando sobre jazz e suas milhares de vertentes.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-76000571790047807802012-10-03T01:04:00.002-03:002012-10-03T11:05:02.953-03:00Era da Mediocridade (para Eric Hobsbawn)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-mQeAvRrQsUo/UGxDj003RsI/AAAAAAAAAYM/gGHbrwQMQ_o/s1600/o-ERIC-HOBSBAWM-570.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://1.bp.blogspot.com/-mQeAvRrQsUo/UGxDj003RsI/AAAAAAAAAYM/gGHbrwQMQ_o/s320/o-ERIC-HOBSBAWM-570.jpg" width="320" /></a></div>
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Sem graça e sem vontade,<br />
<div>
revestida de platitudes brilhantes,</div>
<div>
imbuída de uma modéstia quase beatificante,</div>
<div>
mas com a ferocidade das verdades de vestibular,</div>
<div>
A Mediocridade</div>
<div>
há de se espalhar</div>
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em plena majestade.</div>
<div>
<br /></div>
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Quando, no apagar das luzes,</div>
<div>
não resta mais do que sombra </div>
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e nem se vê fagulha de pensamento,</div>
<div>
é aí então que ela ensandece e fermenta-se, borbulhante;</div>
<div>
sentada nos fins de tarde dos cafés bem frequentados,</div>
<div>
entreolhada nos sinais fechados,</div>
<div>
recitada no conforto dos lares dos bem nascidos,</div>
<div>
caceteada no confronto entre os abastados e os mal-morridos;</div>
<div>
a Mediocridade não se apresenta, mete o pé na porta, </div>
<div>
grita-se, dita-se, desdita-se, desnuda-se, justifica-se,<br />
promulgada em decretos, legalizada, homenageada,<br />
reverenciada e noticiada</div>
<div>
no Jornal Nacional, </div>
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em plena sala de estar, </div>
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mastigada durante o jantar, e resmungada</div>
<div>
enquanto escovamos os dentes e a encaramos </div>
<div>
de frente.</div>
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<br /></div>
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A Mediocridade nos pega de calças curtas </div>
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com nossas caras de bobo,</div>
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na hora do fim da festa</div>
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de pernas bambas e decotes fáceis,</div>
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exibindo sorrisos Luminous White,</div>
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onde as almas bêbadas</div>
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de idéias trôpegas</div>
<div>
e irresistivelmente perfeitas, fáceis,</div>
<div>
celebram, jactantes,</div>
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sua mediocridade.</div>
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<br /></div>
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Sem vergonha e sem autocrítica,</div>
<div>
a Mediocridade bate no peito e escreve livros,</div>
<div>
que poderiam ser reduzidos a um "tuíte"; </div>
<div>
afinal, a Mediocridade é humilde:</div>
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qualquer linha, qualquer versículo, parágrafo, qualquer arroto,<br />
já lhe serve. </div>
<div>
Na sua simpleza e singelicidade, </div>
<div>
a Mediocridade dispensa diplomas, títulos, efemérides,<br />
outorgas, comendas, obituários, acrósticos, deferências - apesar de tê-las todas, sempre, em abundância -,<br />
nem precisa de padrinho ou Q.I.;</div>
<div>
a Mediocridade é uma autarquia que se basta, como uma atividade-fim,</div>
<div>
<div>
na livre-concorrência consigo mesma,<br />
sustentada pelas velhas tábuas da Lei do Mercado:<br />
"Entre duas ou mais mediocridades,<br />
que vença a mais competitiva";<br />
e assim ela há de se multiplicar,<br />
mesmo com a queda das Bolsas e o crash da Europa.<br />
<br /></div>
</div>
<div>
A Mediocridade é uma malária,<br />
que apreguiça os debates,<br />
que dá febres de fé,<br />
que dispara surtos correcionais,<br />
que provoca comichões de sabedoria,<br />
geralmente acompanhados<br />
das convicções higienizadoras,<br />
das convenções engessadas,<br />
das tradições empoeiradas,<br />
das reações recalcadas;<br />
é uma maleita dos afetos,<br />
um torpor dos intelectos,<br />
uma pirraça dos perceptos,</div>
<div>
que monologa os diálogos, </div>
<div>
que apregoa delírios de certezas;<br />
a Mediocridade é a doença que mata seu portador<br />
por encolhimento da alma,<br />
mas mata também tudo ao redor<br />
por asfixia, ressecamento, degeneração;<br />
mata por feíura mesmo.<br />
O feio é a própria Mediocridade,<br />
que odeia o belo, o que pode vir a ser belo, e por retroatividade, o que já foi belo,<br />
e há de continuar escondendo o mundo,<br />
encobrindo-o com arquiteturas nababescas cheias de vazio,<br />
como Dubai, Las Vegas e Brasília.<br />
<br />
a Mediocridade é o poeta do Supremo,<br />
é o imortal do Senado,<br />
é o analfabeto da Câmara,<br />
é o homem santo do Planalto<br />
é o candidato do centro,<br />
é o dono da terra, capitão do mato,<br />
é o ladrão da terra, pau mandado,<br />
é o destruidor da terra, carvão queimado,<br />
é a classe mediana, de um tipo ultrapaulistano<br />
de ser humano,<br />
que tem carro do ano,<br />
que rouba mas faz,<br />
que estupra mas não mata,<br />
que educa no grito, reivindica no tapa<br />
e dá o troco na bala,<br />
arrotando trechos da Bíblia ou<br />
do livrinho de Richard Dawkins,<br />
para justificar por quê precisam acordar no dia seguinte<br />
e defender a pátria, a família e a propriedade,<br />
ou Deus,<br />
ou a ciência.<br />
Não veem que a Mediocridade está além dessas questões,<br />
está abaixo, está acima, ela é a própria questão: filosofiza-se,<br />
de boca cheia,<br />
nos seminários ou nas salas de aula,<br />
de algum telecurso ou faculdade.<br />
<br />
Porque a Mediocridade é o próprio Deus,<br />
o Eleito das massas consumidoras,<br />
seduzidas pelo brilho em alta resolução do televisor de LED,<br />
apalermadas pelo poder da grana,<br />
pagando dízimos via MasterCard, ou<br />
<div>
perdidas nos corredores infinitos de algum duty-free,</div>
graças a São Luis Vuitton, Prada e Santa Bulova.<br />
Como uma verdade toffleriana malcheirosa,<br />
a Mediocridade é a própria Terceira Onda,<br />
instalada nos microchips de telefones espertos,<br />
das máquinas lava-louças, dos carros híbridos que falam,<br />
codificados com míseros zeros e uns que são<br />
mais comunicantes que seus medíocres donos,<br />
que felicitam-se pela aterrissagem segura no aeroporto Charles DeGaulle,<br />
contentes com o cheiro das jóias Hermès e o padrão Apple de qualidade<br />
made in China.<br />
<br />
A Mediocridade se globaliza, se civiliza, é o novo chic;<br />
idiomatiza-se, dicionariza-se, neologizada, youtubizada em nova língua universal,<br />
pós-era dos Extremos, urrada repetidamente até os confins de Urano;<br />
uma língua assintática,<br />
amnésica,<br />
amoral,<br />
acéfala,<br />
anódina,<br />
amorfa, na forma de uma diva travesti,<br />
enfeitadérrima com suas próprias verdades de abano,<br />
uma tautologia viva, pulsante - "sou porque sou foda" -,<br />
delirante em seu orgasmo antierótico, eunuco, assexuado,<br />
que se vale de um pênis postiço para estuprar toda a Inteligência,<br />
ensanguentada e caída no chão,<br />
encharcada em gasolina<br />
e incendiada,<br />
cercada por um pelotão de voyeurs andróginos neonazistas,<br />
frequentadores de raves babacas e shopping-centers lisérgicos,<br />
donos de bocas do ensino fundamental e milicos de Santa Tereza,<br />
universitários linha-dura e policiais vista-grossa,<br />
padres-celebridade e roqueiros caretas,<br />
ex-big brothers e prostitutas ascetas,<br />
dominatrixes e traficantes de auto-estima;<br />
todos quebrando os dentes de tanto rir<br />
daquela mera cena de soap opera<br />
pós-Glória Perez.<br />
A Inteligência morre,<br />
a Mediocridade dá pulinhos na chuva.<br />
<br />
Como este poema,</div>
<div>
a Mediocridade se organiza de qualquer jeito,<br />
dispensando versos alexandrinos,<br />
epopéias gregas, sonetos,<br />
quadras, decassílabos, rondós;<br />
prescinde de qualquer forma-sonata,<br />
minueto, melodia, libreto ou mesmo uma canção;<br />
como este poema,<br />
a Mediocridade se esvai em blá-blá-blás enjoativos,<br />
corriqueiros, pueris e até mesmo grudentos,<br />
como qualquer rima pobre<br />
de um refrão de rádio,<br />
que neste momento, rapidamente,<br />
quase imperceptivelmente,<br />
sepulta-se,<br />
na sua<br />
Mediocridade.</div>
Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-56989927542348328892012-09-17T10:56:00.000-03:002012-09-17T10:56:07.343-03:00A vida passa e o blog fica...A reflexão sobre as coisas do dia a dia não acontece na mesma velocidade que as tais coisas do dia a dia. Eu tenho um monte de idéias, argumentos, histórias, causos, metáforas, discursos e homilias sobre todas essas coisas do dia a dia, mas falta o tempo para escrevê-las aqui. Eu peço desculpas a todos os que de vez em quando passam por este blog, mas é que está difícil ter tempo pra falar sobre o tempo, tá difícil ter cultura pra falar sobre cultura, tá difícil achar a música dentro da música...<br />
<br />
Partilho com vocês minha dificuldade, mas também partilho a sublimidade deste vídeo, quem sabe pra deixar menos difícil a tarefa de parar pra admirar as boas coisas da vida.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/rXDYrNaa3ac" width="420"></iframe><br />
<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-5023602116063683742012-08-16T02:30:00.000-03:002012-08-16T02:30:02.838-03:00ETC & Jazz - Programa 61<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1518460189/17bea540" width="420"></embed><br />
<br />
Este programa levou ao ar o jazz de Terence Blanchard, Donald Byrd, Bill Mays e Inventions Trio, Michael Brecker, Michel Camilo, Sidney Bechet, da dupla Roberta Gambarini & Hank Jones e do Quarteto Brasil. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/DjyW_duP/etcjazz_programa_61.html">aqui </a>ou escute aí em cima. <br />
<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-9986268994441383172012-08-10T02:00:00.000-03:002012-08-10T02:00:02.419-03:00ETC & Jazz - Programa 60<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1518269864/530c636b" width="420"></embed><br />
<br />
Neste programa tocamos apresentações ao vivo de Eric Dolphy, assim como da dupla heróica Max Roach & Clifford Brown. Também foram ao ar sons de Toots Thielemans, Victor Wooten, Hermeto Pascoal (em piano solo), o flamenco-jazz de Chano Dominguez e a ousada improvisação vocal da cantora Elisabeth Kontomanou. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/tGv69U2y/etcjazz_programa_60.html">aqui</a> ou escute aí em cima.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-16595532081119052732012-08-06T13:57:00.000-03:002012-08-06T13:59:58.392-03:00Brasil para exportação. E daí? *Meses atrás, um escândalo (mais um) era alardeado pela TV: contêineres de lixo hospitalar chegavam dos Estados Unidos, comprados por comerciantes do norte do Brasil e transformados em bolsos para calças jeans, revendidas a todo o País. Esse é apenas um lado perverso da economia global e sua lei simples: a mercadoria chega, pelo menor preço possível, aonde há procura – mesmo que seja lixo. A cultura de massa do século XXI segue a mesma lógica.<br />
<br />
A música americana é consumida na Europa desde o fim da 2a Guerra Mundial. No pós-guerra, o jazz – o melhor produto cultural americano – lá encontrou sua plateia mais encorajadora. Os <i>beboppers </i>eram vistos como malucos nos EUA, mas o existencialismo francês e sua filosofia de liberdade radical adoraram as experimentações harmônicas do jazz moderno.<br />
<br />
Já o mercado cultural brasileiro sempre foi um grande fã das tendências francesas – desde 1900 a 1960, tudo era copiado de Paris. Mas passamos a consumir música popular americana desde que Elvis Presley chegou pela TV e conquistou a juventude bossa-nova. Do rock da Jovem Guarda nos anos 60 ao hip-hop e às bandas indies nos anos 2000, consumimos por anos a fio a música de massa dos EUA, superproduzidíssima para aparecer bem na telinha do canal jovem de videoclipes. E mesmo assim, as rádios, as novelas de TV e os programas de auditório nunca deixaram de tocar música feita aqui. Talvez isso mostre a força da nossa cultura, mas ao custo de uma certa perda da inocência, da criatividade, e do elã antropofágico e tropicalista exibido por grupos baianos, mutantes, secos e molhados – haja visto o surgimento de estilos de origem regional que foram adaptados à grandiloquência da cultura de massa, como o axé, o pagode romântico e o sertanejo universitário.<br />
<br />
As técnicas para se produzir um sucesso, entretanto, continuaram tão antigas como a das marchinhas de carnaval: basta criar uma dancinha, um trocadilho de apelo sexual, um refrão-pílula, que pode ser um “tchê”, um “tcha”, e esperar que a música pegue. Apesar de achar que a música pode ser mais que um eterno baile de carnaval regado a “vou te pegar” e “dar uma fugidinha”, não vejo problema algum nesse tipo de diversão ligeira. A perversidade está mesmo é no aparato de comunicação e marketing voltado a espalhar essa música, oferecendo a nossos ouvidos apenas um canto monótono de vibratos em terça e rebolismos vulgares.<br />
<br />
A verdade é que, de tanto consumir fast-foods culturais, hoje o Brasil aprendeu a fazer sua própria cultura enlatada. Os megashows brasileiros não devem nada ao showbusiness americano – igualmente povoado por artistas apelativos e cheios de rimas fáceis. Por isso, agora somos nós que mandamos para o mundo contêineres cheios de “produtos” musicais. E a Europa, em plena crise econômica, canta e dança ao som do vanerão brasileiro dos neo-sertanejos Gustavo Lima e Michel Teló – música bem mais leve e divertida que o jazz refinado do pós-guerra.<br />
<br />
As plateias mais requintadas dos Estados Unidos e Japão até que consumiam a música brasileira, com suas sofisticadas composições da bossa-nova, chorinho e samba-jazz. O que não se via – desde Carmem Miranda, mantidas as proporções – era um artista brasileiro bombando nas pistas, nos programas de auditório, em aeroportos, rádios e até em escolas, como acontece com Michel Teló e Gustavo Lima – feito digno de uma Shakira ou Ricky Martin, artistas latinos que conquistaram as paradas mundiais. <br />
<br />
Ok, então somos “exportadores” de cultura. Os americanos, que começaram toda essa história de globalização econômica, serão os próximos a receber nossos contêineres. Mas eles têm um patrimônio cultural protegido e valorizado: o jazz, ensinado em faculdades e até em escolas públicas. Na Europa, a arte de Mozart e Beethoven é tratada como disciplina escolar há séculos. Esses povos sabem a diferença entre música de verdade e mero entretenimento. Enquanto isso, no Brasil, o lixo cultural importado encontra ouvidos despreparados e um mercado consumidor em franco crescimento. A continuar assim, seremos apenas uns infelizes orgulhosos vendedores de nosso refugo musical, mas dançando ao som do baile americano e vestindo nossas calças jeans com bolsos feitos de lixo.<br />
<br />
* texto originalmente publicado pela revisa <a href="http://issuu.com/bleit/docs/bleit_-_boa_leitura_-_n_1?mode=window&backgroundColor=%23222222">Bleit (Boa Leitura)</a>, edição n1, julho/2012.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-83197962959647507522012-04-23T16:11:00.000-03:002012-05-02T01:33:24.282-03:00ETC & Jazz - programa 59<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1348931737/e047a11b" width="420"></embed><br />
<br />
Programa levou ao ar o trumpetista Conte Candoli, o fusion clássico e pioneiro do Weather Report, o grupo de tubas de Howard Johnson, o samba funkeado e brazuka do Azymuth, o dueto post-bop do vibrafonista Stefon Harris e do pianista Jacky Terrason, o talento e hipermusicalidade do pianista cubano Hilario Duran, a voz de "crooner" de Dick Farney entoando um clássico americano e a voz de ouro de Natalie Cole entoando outro clássico americano. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/0gRGXVrO/etcjazz_programa_59.html">aqui</a>.<br />
<br />
<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-86353323910965728262012-04-16T16:06:00.000-03:002012-04-16T16:06:00.581-03:00ETC & Jazz - Programa 58<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1348912312/cd676344" width="420"></embed> <br />
<br />
Neste programa, trouxemos os sons variados de sempre com o pianista brasileiro David Feldmann, o guitarrista Toninho Horta, o trombonista J. J. Johnson, o sax cheio de alma de Branford Marsalis, a cantora portuguesa Maria João, o pai do jazz Louis Armstrong, os vanguardistas do grupo Polylemma e o fusion um tanto adocicado do Acoustic Alchemy. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/8FIQZs0y/etcjazz_programa_58.html">aqui</a>.<br />
<br />
<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-2588598618113186982012-04-12T06:00:00.000-03:002012-04-12T06:00:03.983-03:0030 de abril, Dia Internacional do Jazz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-W5DgtxYfiU4/T4OUdpwdZOI/AAAAAAAAAYE/lCX-WBRdhiM/s1600/herbie.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="http://1.bp.blogspot.com/-W5DgtxYfiU4/T4OUdpwdZOI/AAAAAAAAAYE/lCX-WBRdhiM/s320/herbie.jpg" width="320" /></a></div>
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A lenda pianística Herbie Hancock completa hoje - 12 de abril - 72 anos e mostra que não é só na música que ele continua na vanguarda do jazz. Atuando como embaixador da boa vontade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), ele anunciou no mês passado a criação do <a href="http://www.huffingtonpost.com/2012/03/20/international-jazz-day-herbie-hancock_n_1366514.html">Dia Internacional do Jazz</a>, a ser celebrado pela primeira vez em 30 de abril com grandes shows em Paris, New Orleans e diversos países.<br />
<br />
A música de Herbie sempre se pautou pela transcendência de fronteiras. Sua passagem pelo famoso quinteto de Miles Davis deixou marcas profundas em sua personalidade musical, que transforma e molda os sons à sua própria maneira irreverente, sem limites entre música popular, erudita, étnica, jazz, rock ou eletrônica. Para ele, o jazz depende apenas de uma "percepção criativa" da música - qualquer música.<br />
<br />
Aos 72 anos, Herbie não precisa de promoção, e usa com inteligência sua
credibilidade para dar ao mundo uma data oficial para lembrar a
importância do jazz como uma música de caráter universal. Apesar de não ser unanimidade entre os jazzistas mais ferrenhos - muitos o acusam de demagogo ou superficial -, uma visão assim não poderia ser mais apropriada para alguém que tem o cargo de embaixador - um ponto de vista amplo, democrático, algo oportunista, mas sempre em sintonia com as tradições mais profundas que o definem como um jazzista - e não de um político.<br />
<br />
<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-40845599855037571992012-04-09T16:00:00.005-03:002012-04-09T22:17:31.770-03:00ETC & Jazz - Programa 55<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1348950286/45831868" width="420"></embed><br />
<br />
Programa mantendo a diversidade de sempre, trazendo o trombonista Curtis Fuller, o saxofonista Jackie Mclean, um quarteto do vibrafonista Gary Burton, o maestro e arranjador Pete Rugolo, o baterista Duduka da Fonseca liderando um combo, a cantora Anita O'Day, o monstruoso baterista Julio Barreto, e o trombonista e arranjador Don Sebesky fazendo uma homenagem a Bill Evans. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/2f3ZOHgg/etcjazz_programa_55.html">aqui</a>.<br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-67749367188150851372012-03-23T14:09:00.000-03:002012-03-23T14:09:00.727-03:00ETC & Jazz - Programa 57<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1263973212/ac00dc72" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed><br />
<br />
O programa dessa edição trouxe Hamilton de Holanda, o flautista gaúcho Texo Cabral, o trumpetista Blue<br />
Mitchell, o saxofonista Wayne Escoffery, o trio do baixista norueguês Arild Andersen, o legendário saxofonista Charlie Parker com orquestra, o trumpetista franco-suíço Eric Truffaz, a cantora Dinah Shore e a dobrabinha Tony Bennett e Bill Evans. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/o_iYNih3/etcjazz_programa_57.html">aqui</a>.<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-79668557873295549842012-03-19T14:05:00.000-03:002012-03-19T14:05:00.331-03:00ETC & Jazz - Programa 56<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1264026880/83cd93c5" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed><br />
<br />
Nessa edição do ETC & Jazz, levamos ao ar June Christy, Alex Buck e grupo, David Binney, Andrea Pozza Trio, Duke Ellington, Pete La Roca, Avishai Cohen e Joe Lovano. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/fJbhEx8K/etcjazz_programa_56.html">aqui</a>. <br />
<br />
<br /><br />
<br />
<br /><br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-80016878130158750202012-03-15T09:53:00.000-03:002012-03-15T09:55:14.627-03:00Kombis e política*<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-mjZrPxHnvAg/T2HmDAFDGDI/AAAAAAAAAX8/vxm1l_b2cUc/s1600/kombi.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-mjZrPxHnvAg/T2HmDAFDGDI/AAAAAAAAAX8/vxm1l_b2cUc/s320/kombi.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Passou o Carnaval,
acabou o horário de verão, daqui ao fim do ano é um pulo. O
calendário passará ainda mais rápido porque é ano de eleições
municipais. O mercado publicitário já se mobiliza desde o fim do
ano passado para captar clientes e realizar suas campanhas políticas.
De arrasto vem o mercado da música, responsável pelos <i>jingles </i>–
as famosas musiquinhas que ajudam a fixar na memória os nomes
daqueles que poderão (ou não) estar no nosso foco na hora de
apertar os botões da urna.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Os estúdios e
produtoras musicais estão por aí a inventar soluções para chamar
a atenção dos eleitores. Preparem as kombis com suas horrendas
cornetas de som, pois os jingles vêm aí. O recurso da “musiquinha
que vende” existe no mundo desde 1926 – no Brasil, desde 1932. A
fórmula do sucesso é conhecida: letra fácil, com um bom refrão,
harmonia simples, melodia econômica, tudo se desenvolvendo em um
ritmo que faça não só o corpo, mas também as idéias “dançarem”
na cabeça de quem escuta. A música como um conceito “cantável”,
o discurso do candidato materializado no som, prontamente
identificado pelo ouvinte.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A criatividade de
marqueteiros e produtores musicais atinge níveis realmente
estratosféricos – assim como o valor das campanhas. Basta lembrar
alguns <i>cases </i><span style="font-style: normal;">de sucesso. </span>“São
Paulo é Paulo porque Paulo é trabalhador”. “Lula lá”. “Ey,
Ey, Ey-Mael”. “Alô, alô, quatro, cinco, um.” Pronto, você já
sabe. Lembrou-se de cada candidato em uma foto sorridente, em um
terno impecável, mãos acenando vitoriosas. O jingle publicitário é
isso aí: tem justamente a função de emoldurar um retrato,
acompanhar uma imagem, engrandecendo virtudes e ajudando até a
esquecer defeitos.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
No ramo do marketing,
costuma-se dizer que propaganda não vende mercadoria ruim, porque
não há produto que resista ao teste máximo de qualidade: o teste
do consumidor. No ramo da política, o uso do marketing para maquiar
um “candidato ruim” tem conseqüências mais graves. Depois de
votado, o produto (ops, o candidato) só pode ser devolvido quatro
anos depois. Portanto, ele dura sim, resiste aos mais diversos
escândalos, denúncias e intempéries políticas. Igualzinho a outro
<i>case </i><span style="font-style: normal;">clássico da sabedoria
popular, o do </span>vaso ruim que não quebra. E então, caro
eleitor, o que você vai fazer? Só restará esperar mesmo esperar as
kombis voltarem, quatro anos depois, e ouvir as novas musiquinhas que
tentarão, mais uma vez, embalar seu voto.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
*texto publicado com cortes na revista Perfil Araraquara, março/2012</div>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-15611709561103620842012-03-06T15:24:00.001-03:002012-03-15T09:56:08.912-03:00O caso dos celulares sem fone de ouvido*<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
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<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-GQjO5uueFF0/T1ZWN8d0HhI/AAAAAAAAAX0/aCc0X7q1vKA/s1600/celular+no+onibus.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-GQjO5uueFF0/T1ZWN8d0HhI/AAAAAAAAAX0/aCc0X7q1vKA/s1600/celular+no+onibus.jpg" /></a> </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
<br />
Estimo que já fiz o
trajeto Araraquara-Londrina de ônibus cerca de 150 vezes em 10 anos.
Posso dizer tranquilamente que, nesse período, observei uma
modificação nos tipos de som que escutamos dentro do ônibus.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Antes havia mais
barulho sendo produzido por pessoas do que por coisas. Conversas de
madrugada, malas sendo acomodadas, pacotes abrindo, o terrível
amassamento dos sacos de salgadinho, crianças gritando – todos
ruídos incômodos, mas que interrompiam o silêncio por pouco tempo,
até que alguém pedisse para baixar a conversa, que controlasse a
criança, etc. Mas percebo que hoje há nos ônibus mais sons
eletrônicos do que de gente, devido aos <i>notebooks</i>, videogames
portáteis, mp3 <i>players </i>e devido a eles, os famigerados celulares
sem fone de ouvido.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O celular mudou a forma
das pessoas se comunicarem. É um aparelho que propicia um elo
individual, atomizado, ultrapessoal do indivíduo com o resto do
mundo. E essa extrema personalização parece ter mudado também a
percepção dos seus usuários em relação às outras pessoas que
estão em volta. Se antes o toque do celular só atrapalhava concerto
de música clássica, hoje são suas músicas em formato mp3 que
causam estrago.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Aposto que, com a
exceção dos <i>boomboxes</i> (aqueles <i>sound-systems </i>portáteis
que algumas turmas usavam no final dos anos 80 para levar suas
músicas para a rua), você nunca viu ninguém ouvindo rádio em
público sem fone do ouvido (desconte os radinhos de pilha em dias de
futebol). Pois é, o celular que toca músicas é o novo <i>boombox.</i>
O povo está à vontade para usufruir de suas canções favoritas e
dividi-las com todos em volta, sem se preocupar o gosto musical
alheio. E mesmo quando o repertório é de nosso agrado, quem quer
ouvir um Beethoven, um samba de Paulinho da Viola ou um solo
frenético de John Coltrane às duas da manhã num elevador? Ou num
avião? Ou ônibus?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Cada estilo musical tem
seu público específico, mas já fiz viagens inteiras sendo “platéia
forçada” de música sertaneja, pagode, música eletrônica, música
evangélica, e outras mais, via celular. O triste é que poucas vezes
vi outras pessoas reclamando disso. Se uma criança chora,
imediatamente há pessoas fazendo queixas. Se alguém ronca, sempre
há alguém para dar cotoveladas. Mas, por incrível que pareça, são
poucos os que se incomodam com os terríveis agudos da música dos
celulares. O que está acontecendo com os ouvidos dessas pessoas?
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Poderíamos arriscar
várias explicações para esse fenômeno. Poderíamos brigar por
nosso direito ao silêncio no ônibus, mas quase todas as tentativas
que levei a cabo não surtiram efeito (aliás, nunca conte com o
motorista como um árbitro justo nestas questões de convivência
civil). Prefiro aqui dar uma dica valiosa. Contra a invasão dos
celulares sem fone de ouvido, me armei com um aparelho eletrônico
muito eficaz: um celular, com fone de ouvido. Afinal, meu gosto
musical não é melhor do que o de ninguém, mas é só meu e eu
respeito o ouvido do outro. Mesmo que o outro não respeite o dele
próprio.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
*Texto publicado na Revista Perfil Araraquara (fev/2012)</div>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-66762225736969553432012-02-08T01:30:00.000-02:002012-02-08T01:30:00.099-02:00Ouvidos e História*Um pesquisador musical do século XX, o francês Pierre Mariétan, disse: “a música acontece no ouvido de quem escuta”. Tal afirmação, nos dias de hoje, nos faz pensar nas consequências de um fenômeno bastante corriqueiro, que é o fato de a música “bater à porta” dos ouvidos constantemente, chegando pelos mais diversos meios: carros de som passando na rua, televisão ligada, mp3 players, celulares, internet. <br />
<br />
Com tanta música disponível, é importante refletir sobre o “como ouvir”, pois isso determina também o “o quê” e o “por quê” ouvir. Tentemos entender isso em uma breve história da tecnologia musical e sua relação com a escuta.<br />
<br />
O antigo hábito de ouvir rádio proporcionava que os sons produzidos por grupos musicais eliminassem a distância até os ouvintes. Antes disso – e antes mesmo dos discos –, música só se ouvia em shows, bailes, ou em lares onde alguém tocava algum instrumento, por meio de uma partitura escrita – a música tinha que ser “lida”, num papel! <br />
<br />
A indústria musical dos anos 50 até os 90 apostou no ouvido “sedentário” – ouça seu ídolo em sua própria casa - e fez de tudo para garantir altas vendagens de seu principal produto: o disco de vinil. A preocupação era de encantar o ouvido, mas também vender música, por
meio de um suporte plástico chamado disco. O <i>long-play</i> levou aos bares,
casas noturnas (quem não se lembra das j<i>ukeboxes</i> que tocavam vinis a
troco de uma moeda) e lares o fascínio da música gravada.<br />
<br />
Possuir uma vitrola era um luxo, pois dava ao ouvinte o poder de tocar sua música preferida a qualquer hora. O rádio, principal veículo de comunicação de massa até os anos 50, amplificava essa escuta, com programas musicais que veiculavam teatro, radionovelas e shows ao vivo – que mais tarde foram substituídos pela execução dos próprios LPs pelos recém-surgidos <i>disc-jockeys</i>. <br />
<br />
Os discos evoluiram com novas tecnologias, e surgiram as fitas K-7, depois os CDs. Nos anos 2000, a digitalização pulverizou a indústria fonográfica com uma nova possibilidade: substituir o plástico pelo virtual, com o simples download de músicas. A principal consequência para a escuta é a explosão de consumo musical, pois temos a música em nossos bolsos, dentro de players digitais, celulares, e até acompanhada do videoclipe lançado na MTV, depois baixado do Youtube. <br />
<br />
Música lida, música ouvida, música comprada, música baixada. Em meio século de história, os jeitos de se ouvir música foram mudando, pois os suportes foram se transformando. A pergunta é: nesses cinquenta anos, será que assumimos o papel de ouvintes ativos ou fomos apenas consumidores passivos de música? Escute o que te diz o seu ouvido.<br />
<br />
<i>*publicado na revista Perfil Araraquara, edição 20, janeiro de 2012. Versão integral, difere do publicado.</i>Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-60129319509357520012012-02-02T20:00:00.000-02:002012-02-02T20:02:13.369-02:00Flauta de pan em novo contextoMuitos conhecem o som doce e cheio de reverb das flautas de bambu peruanas - tradicionais sampoñas -, geralmente interpretando algum tema de filme ("My heart will go on" de Titanic é o hit insuperável, só perdendo para "El condor Pasa") ou até mesmo um sucesso sertanejo. Aqui o flautista romeno <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Damian_Dr%C4%83ghici">Damian Draghici</a> mostra como uma flauta parecida, a flauta de pan pode ser utilizada com um pouco mais de audácia e técnica em músicas mais complexas. <br />
<br />
<object style="height: 390px; width: 640px;"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/7cJUQHjJbSM?version=3&feature=player_detailpage">
<param name="allowFullScreen" value="true">
<param name="allowScriptAccess" value="always">
<embed src="http://www.youtube.com/v/7cJUQHjJbSM?version=3&feature=player_detailpage" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowScriptAccess="always" width="480" height="295"></object><br />
Como mostra este incrível arranjo pra Giant Steps, Draghici usa a flauta de pan com extrema maestria no jazz - bem
melhor que os sorveteiros que passavam na minha rua usando a bendita
flautinha para chamar os fregueses, passando a flauta na boca pra lá e
pra cá, tocando a escala uma vez ascendente, outra descendente -, assim como em gravações com orquestras em Los Angeles, onde mora. <br />
<br />
Ele nasceu em Bucareste, capital da Romênia, em uma família de descendência cigana e cheia de talentos musicais. Sua habilidade com a flauta de pan logo lhe garantiu convites, aos 15 anos, pra tocar com a Sinfônica da Rádio Nacional daquele país. Teve a oportunidade de participar de uma audição para professores da famosa Berklee College of Music e ganhou uma bolsa. Graduou-se com honras, tornando-se um improvisador ainda mais astuto, o que o tornou referência mundial no instrumento. Dá pra ver porque... <br />
<br />Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-63021933644056873422012-02-01T04:00:00.000-02:002012-02-01T04:00:07.794-02:00ETC & Jazz - programa 54<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1097486908/531281c8" width="420"></embed> <br />
Nesta edição tivemos a presença sonora de Cannonball Adderley, Eric Alexander, Steve Lehman Octeto, Gary Foster, Eladio Reinón, Stephane Grappelli, Shirley Horn e a dupla Joyce Moreno & Toninho Horta (essa dupla a gente toca com prazer...). Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/emTmcJCG/etcjazz_programa_54.html">aqui</a>.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-17670716199078081462012-01-27T21:26:00.001-02:002012-01-27T21:28:01.927-02:00O jazz e a competição musical<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-JFgyb2I_GWE/TyMvdjxNRQI/AAAAAAAAAXs/PK3zpV4_R9c/s1600/drumline.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-JFgyb2I_GWE/TyMvdjxNRQI/AAAAAAAAAXs/PK3zpV4_R9c/s1600/drumline.jpg" /></a></div>
<br />
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Um aspecto importante da sociedade norteamericana é a competitividade, na qual homens e mulheres têm que provar que conquistarão o mundo com seu trabalho duro,
talento e dedicação, e honrarão a "terra dos bravos e da liberdade" mostrando que são os melhores em suas áreas. Há os <i>winners</i> e os <i>losers</i>. Vencer é a meta. Todos escolhem seu alvo, cada um em sua área, e saem todos em busca do objetivo. A criança é colocada na melhor escola, para que possa ter as melhores notas no SAT (exame igual ao Enem) e poder entrar na melhor faculdade, que os pais terão de pagar com economias que fizeram a vida toda pensando na educação do filho - afinal, é assim que se cria vencedores.<br />
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No processo educacional, mais competição. Competem para ver quem será a rainha do baile, quem será o presidente do grêmio estudantil, quem é o mais popular, quem soletra melhor, quem vende mais chocolates na gincana. As escolas competem para definir quem tem o melhor time (de vários esportes), quem tem a melhor equipe de cheerleaders, quem tem a melhor banda. Sim, há educação musical nas escolas, que eventualmente formam bandas, que sempre competem. Competição musical. <br />
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O filme <a href="http://www.imdb.com/title/tt0303933/">"Drumline"</a> (EUA, 2002, Charles Stone III), ao qual assisti dia desses numa sessão da tarde (sim, janeiro é meio parado para a música então, que diabos!, assisti mesmo), mostra bem esse clima de disputa que há na música no meio escolar. Traz cenas incríveis como essa abaixo, onde as bandas de duas faculdades se desafiam num duelo de baquetas. As coreografias e a sincronicidade são incríveis, mas há músicos que dizem que, na vida real, essas bandas fazem coisas ainda mais impressionantes do que o filme mostrou. Mas vale a pena conferir:<br />
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<object style="height: 390px; width: 640px;"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/eDXVgqmaYJk?version=3&feature=player_detailpage">
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Nos EUA, os músicos do jazz passam por esse processo tentando ingressar em boas escolas, fazendo provas para ganhar bolsas de estudo em instituições como New
England Conservatory, Berklee, Julliard. Estudam para ganhar concursos
de saxofone, piano, guitarra, violino, performance, etc. Portanto, jazzistas - em sua maior parte - são resultado da soma de talento, um ambiente positivamente carregado de música, e competitivade. <br />
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Juntando talento nato e muito, muito trabalho duro, o estudante de música têm ao seu dispor inúmeras escolas, bandas e cursos de verão para aprimorar seu talento. Oportunidades disponíveis, concorrência dura, esperando a
livre-iniciativa dos candidatos ao sucesso: é a própria essência do capitalismo industrial, a mão invisível do mercado exercendo a seleção "natural" e separando os bons dos muito bons, onde vencem os dedicados - típicos "self-made man" da música, que constroem suas carreiras artísticas à custa de muito sacrifício e trabalho. <br />
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Após enfrentar anos de estudos, inúmeros testes, provas e audições,
horas e horas de prática, ensaio e preparação, o jazzista está pronto. Ironicamente, uma das artes mais livres e espontâneas depende de uma disciplina estrita e compromissos sérios com grades curriculares e notas. Para os jazzistas, principalmente os que surgiram desde os anos 80, quando explodiu o número de escolas de jazz e performance nos EUA, estar no palco de um <i>jazzclub</i> é, em grande parte, receber os louros pela vitória que conquistaram antes de estar ali. <br />
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A edição 53 do ETC & jazz levou ao ar os sons da pianista Aki Takase, da violinista Regina Carter, do sax cubano de Paquito D'Rivera, do fusion do grupo inglês Incognito, do piano perfeito de Makoto Ozone, da guitarra contemporânea de Adam Rogers, do trumpete manhoso de Donald Byrd e da voz pequena e suingada de Rosa Passos. Baixe <a href="http://www.4shared.com/mp3/3JZ6Sh4Q/etcjazz_programa_53.html">aqui</a>.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-69609923817308656912012-01-13T03:00:00.000-02:002012-01-13T03:00:01.060-02:00ETC & Jazz - programa 52<embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/1070026031/f3e272b" width="420"></embed><br />
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Nessa edição tivemos a honra de transmtir os sons de Patricia Barber, Louis Armstrong, Vitor Assis Brasil, John Scofield, Branford Marsalis, Sadao Watanabe e a dupla Wayne Shorter & Herbie Hancock. Podem baixar o programa <a href="http://www.4shared.com/mp3/ArN8MTYj/etcjazz_programa_52_2.html">aqui</a> se preferirem.Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2977995450347100926.post-47592130158879322312012-01-09T22:13:00.001-02:002012-01-10T18:23:14.427-02:00Michel Teló pegou os editores da ÉpocaJá falaram muito sobre o assunto, mas eu também não podia deixar de me manifestar sobre algo que envolve música e jornalismo, justamente um dos pilares que sustentam esse blog, se é que se sustenta.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Nmpic1oskpc/TwuEj4ffbvI/AAAAAAAAAXk/LXcjV3P5DxE/s1600/michel+telo+epoca+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-Nmpic1oskpc/TwuEj4ffbvI/AAAAAAAAAXk/LXcjV3P5DxE/s320/michel+telo+epoca+1.jpg" width="243" /></a></div>
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A capa da revista Época da primeira semana de janeiro foi, no mínimo, equivocada. Confundiram a superexposição na mídia do cantor (e compositor também??? não sei...) Michel Teló com a emergência de um novo símbolo cultural nacional, que representa o gosto musical de toda uma classe social brasileira. Se isso fosse a verdade, a falsa capa abaixo, satirizando Beethoven e sua presença marcante nos caminhões de gás e esperas telefônicas do Brasil inteiro, poderia muito bem ser publicada.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-JiuLCe6WTnM/TwuDyaHsdwI/AAAAAAAAAXc/HrgDebM3Ou8/s1600/michel+telo+epoca+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-JiuLCe6WTnM/TwuDyaHsdwI/AAAAAAAAAXc/HrgDebM3Ou8/s320/michel+telo+epoca+2.jpg" width="251" /></a></div>
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Adorei o raciocínio dos humoristas de plantão nas redes sociais. Não importa se é Michel Teló. Não importa se é Beyoncé, Lady Gaga ou se é Beethoven. Apenas espanta o fato de jornalistas confundirem todo o turbilhão midiático em torno de uma música (que vai passar, assim como passou o "Rebolation" e o "Créu", lembram?) com uma nova ordem social, merecedora de análises antropológicas sobre o Brasil e sua nova classe trabalhadora emergente. Para os editores elitistas da Época, Michel Teló é o carimbo que lhes faltava para atestar, de boca cheia, que o povão não sabe mesmo nada de música - "não falei que essa nova classe C não tinha gosto? Michel Teló é o máximo que eles têm pra nos mostrar."<br />
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E também nem vou falar do uso errôneo da expressão "cultura popular" no subtítulo, em lugar de algo mais apropriado para definir a música de Teló, "cultura de massa". A chamada foi uma pegadinha. O fenômeno Michel Teló "pegou" os editores. Afinal, se uma música está tocando em tudo que é lugar, pode até ser adjetivada como "popular", mas isso não é o mesmo que dizer que é fruto da cultura popular.<br />
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Cultura popular é justamente o lugar das manifestações espontâneas, ligadas a uma tradição oral, a um folclore e a priori não mediatizadas (com algumas exceções, pois eventos como o Carnaval e o Bumba-meu-boi já se tornaram produtos culturais de massa em certa medida). O termo é usado, portanto, com parcimônia. Nem <a href="http://www.rolandoboldrin.com.br/o_comeco.asp">Rolando Boldrin</a>, que tem um programa na TV educativa paulista há décadas sobre músicas, literaturas e manifestações culturais populares, se dá o direito de dizer o que é ou não cultura popular. Ou os editores da Época acham que Beethoven é cultura popular porque é o hit dos caminhões de gás do Brasil?Murilohttp://www.blogger.com/profile/07226713416872447592noreply@blogger.com3